terça-feira, 12 de agosto de 2014

O Espelho - Sylvia Plath (Traduzido por Mim)



O espelho
Sou prateado e exato. Não tenho preconceitos.
O que for que eu veja, engulo sem demora
Tal como é, sem nódoas de amor ou aversão.
Não sou cruel, apenas verdadeiro –
O olho de um pequeno deus, com quatro cantos.
Boa parte do tempo, medito na parede oposta
É rosa, com manchas. Olhei para ela tanto tempo
Que acho que é uma parte do meu coração. Mas oscila.
Rostos e escuridão nos separam mais e mais.



Agora sou um lago. Uma mulher se curva sobre mim,
Buscando na minha superfície o que ela realmente é.
Em seguida, ela se vira para os farsantes, as velas ou a Lua.
Vejo suas costas e a reflito fielmente.
Ela me recompensa com lágrimas e um agitar de mãos.
Sou importante para ela. Ela vai e vem.
Todas as manhãs seu rosto substitui a escuridão

Em mim ela afogou-se, uma menina ainda, e em mim uma velha
Ergue-se sobre ela dia após dia, como um peixe terrível.

 

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Mirror



I am silver and exact. I have no preconceptions.
Whatever I see I swallow immediately
Just as it is, unmisted by love or dislike.
I am not cruel, just truthful -
The eye of a little god, four cournered.
Most of the time I meditate on the opposite wall.
It is pink, with speckles. I have looked at it so long
I think it is a part of my heart. But it flickers
Faces and darkness separate us over and over.

Now I am a lake. A woman bends over me,
Searching my reaches for what she really is.
Then she turns to those liars, the candles or the moon.
I see her back, and reflect it faithfully.
She rewards me with tears and an agitation of hands
I am important to her. She comes and goes.
Each morning it is her face that replaces the darkness.
In me she has drowned a young girl, and in me an old woman
Rises toward her day after day, like a terrible fish.

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