é um mundo cão e louco esse em que vivemos
ainda dentro de ilusões que mantemos sem sabermos;
queremos a certeza do erro de ver o bem
mas os olhos podem ser enganados
e arrastar todos os outros sentidos juntos
rumo a um buraco.
passeio distraído por frias ruas de concreto
vejo prédios ENORMES abandonados
enquanto a dignidade humana é usada pra varrer o chão
o resto derretendo sobre o Sol – o Astro Rei que confirma
tudo.
grandes mentiras e casas sem espelho
premeditam um massacre sem precedentes
(para as próximas festas.)
não desconfiamos que o pior cego
é aquele que não quer VIR e VENCER
as limitações impostas por quem não se enxerga.
brigamos todos
por algo que no fim não é nada.
tudo mais escorrendo
pelos dedos das SUAS mãos
das MINHAS mãos
das nossas;
admitir isso é enfiar a cara num espelho
sangue e cacos
gerando a cacofonia da dissolução
a RUPTURA do CAOS.
a REALIDADE
é só mais uma fuga.
e a fuga?
bem...
você acaba
bem...
você acaba
pegando o jeito.
(20.06.08)
N.do E.:Garatuja é meu poema mais longo, o primeiro que decorei, especialmente para as performances do Coletivo Novos uivos, e ainda não tinha sido publicado em lugar algum até o presente momento.